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Foto: Divulgação/MIDR |
Brasília, 25 de março de 2025 –
Um recente leilão de cotas do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) gerou R$ 800 milhões (aproximadamente US$ 150 milhões) para serem investidos na ferrovia Transnordestina, um projeto de infraestrutura crucial para a região Nordeste do Brasil. O leilão, que ocorreu na última sexta-feira na Bolsa de Valores do Brasil (B3), marca um passo significativo para a ferrovia há muito adiada, agora um componente-chave do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal.
Os recursos, geridos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e Integração (MIDR), serão canalizados por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Eduardo Tavares, Secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, enfatizou a importância de direcionar esses recursos para projetos alinhados ao Novo PAC, destacando o impacto positivo em todo o país.
Projeto ambicioso visa conectar portos importantes
A ferrovia Transnordestina foi projetada para conectar o Porto do Pecém no Ceará e o Porto de Suape em Pernambuco à região do cerrado do Piauí, especificamente o município de Eliseu Martins. Com uma extensão total planejada de 1.753 km, a ferrovia eventualmente visa se conectar com a ferrovia Norte-Sul em Porto Franco, Maranhão. A primeira fase do projeto, conectando o Piauí ao Porto do Pecém, está supostamente 72% concluída.
Em janeiro de 2025, o MIDR, em conjunto com a Casa Civil, aprovou a liberação de R$ 400 milhões do FDNE para financiar a construção da ferrovia. O projeto é considerado o maior empreendimento logístico do Nordeste e uma iniciativa de infraestrutura emblemática dentro do Novo PAC.
Impacto e desafios econômicos
A Transnordestina é projetada para impulsionar significativamente a economia da região ao facilitar o transporte de grãos, minerais, combustíveis e fertilizantes. Espera-se que ela estimule atividades econômicas em vários setores produtivos no Nordeste.
No entanto, o projeto enfrentou vários atrasos e disputas de financiamento desde seu lançamento em 2006. Originalmente programado para ser concluído em 2010, ele sofreu vários adiamentos devido ao financiamento federal inconsistente. Em novembro de 2024, o Ministério dos Transportes anunciou um adicional de R$ 3,6 bilhões (aproximadamente US$ 620 milhões) para concluir o trecho de 1.209 km de Eliseu Martins a Pecém.
A Transnordestina Logística (TLSA), controlada pelo grupo siderúrgico brasileiro CSN, é responsável pela construção da ferrovia. A empresa já investiu R$ 8 bilhões no projeto e depende fortemente de financiamento federal para manter o progresso. A TLSA declarou que aproximadamente 150 km de obras de infraestrutura estão em andamento entre Missão Velha e Pecém, com 230 km restantes para chegar ao porto. Obras complementares também estão planejadas para o trecho Eliseu Martins-Trindade.
Novo PAC e Investimento em Infraestrutura
A ferrovia Transnordestina é um componente-chave do Novo PAC, um programa abrangente que visa estimular o crescimento econômico por meio de investimentos em infraestrutura em todo o Brasil. O programa abrange uma ampla gama de setores, incluindo infraestrutura hídrica, mobilidade urbana sustentável, habitação, prevenção de desastres, educação, cultura, geração de energia e saúde. O eixo "Transporte Eficiente e Sustentável" do Novo PAC aloca R$ 349 bilhões para rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias.
O Novo PAC visa fomentar parcerias entre investimentos públicos e privados para acelerar o desenvolvimento de infraestrutura. O programa busca abordar preocupações ambientais e promover o desenvolvimento sustentável junto com o crescimento econômico.
Olhando para a frente
Embora os desafios permaneçam, a recente injeção de fundos e o compromisso renovado do governo federal fornecem uma perspectiva positiva para a ferrovia Transnordestina. A conclusão do projeto promete desbloquear um potencial econômico significativo na região Nordeste, melhorar a logística e contribuir para as metas gerais de desenvolvimento do Brasil. A primeira fase da ferrovia deve ser concluída até 2027, com algumas seções operacionais ainda mais cedo.
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